sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Estreia da semana - OS MISERÁVEIS



POR DIEGO SALOMÃO

Confesso que quando fui assistir ao musical “Les Miserables” no cinema, não sabia que se tratava, na verdade, de uma adaptação de um clássico do escritor francês Victor Hugo.Lembrava, é claro, da peça homônima; um musical da Broadway, que ficou durante anos em cartaz em São Paulo, sem chamar minha atenção. Hoje, porém, tendo assistido ao filme, bate-me uma ponta de arrependimento pela encenação desprezada, e também grande curiosidade por conhecer o livro, escrito em 1862.


No filme, Hugh Jackman – que provavelmente nunca irá se livrar das garras do Wolverine – faz o papel de Jean Valjean, um presidiário, que, em liberdade condicional, reconstrói sua vida às custas de uma nova identidade, sem, no entanto, escapar da ira de seu antigo carcereiro, o inspetor Javert, vivido pelo sempre ótimo Russel Crowe.  


Em meio a tal perseguição, Valjean adota uma criança; uma menina, filha de Cossette, personagem de Anne Hathaway (a menina ingênua de “O Diabo veste Prada” e a sensual Maggie de “O amor e outras drogas”), que vivia sob os questionáveis cuidados de um hilário casal de trambiqueiros.
Com o passar dos anos, as vidas desses e de outros personagens se tornam ainda mais próximas, envoltas numa trama que envolve amor, guerra, morte, culpa, passados obscuros, ciúmes, crimes, dentre outras temáticas utilizadas até os dias de hoje. Clichês podem dizer alguns. Ora, antes de pensar no quanto tais temas já estão desgastados, pensem: será que já o eram no século XIX? Ou será que Victor Hugo, bem como outros tantos autores, apenas ajudou a torná-los tão importantes para as artes?


Enfim, a versão cinematográfica de “Les Miserables” – a única que conheço, na verdade – é muito boa. Um enredo envolvente, que conta com boas atuações, fotografia impecável e, claro, ótimas canções. Essas, aliás, remetem-me à única crítica que tenho ao filme: contam-se nos dedos de uma mão a quantidade de diálogos não musicados ao longo de 2,5 horas. Comparando-o a outros musicais, como “A Noviça Rebelde”, “Moulin Rouge” e “Across the Universe”, por exemplo, achei um exagero. Mesmo para um musical, julgo serem importantes momentos de puro diálogo. Difícil definir exatamente o motivo. Apenas me soaria mais leve, muito embora essa não deva ser a intenção de um filme passado na França do século XIX.



 

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