sexta-feira, 3 de junho de 2011

ATERRORIZADA (2010)

"Halloween", "A Névoa", "Enigma de Outro Mundo", "Christine", "Fuga em Nova York", "Eles Vivem". Qualquer fã de cinema de terror conhece a trajetória de sucessos de John Carpenter, um dos maiores cineastas do gênero. O responsável pelos clássicos citados, não só inovou o jeito de assustar as pessoas no cinema, como ajudou a criar  uma das vertentes mais promissoras do horror; o slasher. Depois recriou o clima sombrio de seu maior ídolo; Howard Hawks em "O Enigma de Outro Mundo". Considerado por muitos um dos melhores remakes da história do cinema.

Os anos passaram, e Carpenter "cometeu" o péssimo "Fantasmas de Marte". Após a péssima recepção da crítica e dos fãs, o cineasta ficou recluso por quase nove anos, até concluir "Aterrorizada" (mais um título nacional deplorável).

Carpenter não deve ter passado nenhum filme de terror da última década em branco. Afinal "Aterrorizada" parece ter sido realizado por algum cineasta novato, que tenha se inspirado em diretores como Alexandre Aja ou Marcus Nispel. Sim, daquele tipo de diretor que subestima a inteligência do espectador, e que investe no susto fácil ao invés do terror psicológico de outrora.

Lamento informar que "Aterrorizada" foi uma decepção. Não me frustrei tanto,  pois eu já espera que o filme seria ruim.  Ok, não é a pior película que eu já vi, mas deixa muito a desejar, ainda mais se tratando do "retorno triunfal" de um grande ícone. "Aterrorizada" ou "The Ward" é uma mistura de "Um Estranho no Ninho", "Ilha do Medo", qualquer filme japonês de fantasma, e mais uma pitada do horrível "Sucker Punch". "The Ward" está mais para Frankenstein, diante de tantas idéias e clichês inseridos no mesmo filme.

Nossa protagonista Kristen (Amber Heard) é internada em um hospital psiquiátrico após incendiar uma casa. Na instituição ela conhece quatro garotas que estão internadas na mesma ala que a dela. As mocinhas são o esteriótipo das loucas descoladas; Emily, excêntrica mas com um bom coração; Iris, gentil, inteligente, e com aptidão para desenhar; Sarah, geniosa e encrenqueira, ela é a menos amigável do grupo; e por fim Zoey, uma criança em um corpo de mulher (essa é para os fetichistas de plantão).

O clichê não fica apenas por conta das garotas, mas também do psiquiatra que usa hipnose, e os enfermeiros e seus métodos pouco ortodoxos de lidar com as pacientes. Além de ter que suportar a prisão na qual se encontra, Kristen e suas companheiras são assombradas por o espírito de uma antiga paciente do hospital. O resto vocês podem imaginar; muitos sustos.

Mas como eu falei, algumas coisas se salvam. Amber Heard, além de (muito) bela, também é esforçada,  chegando até a convencer. As outras atrizes dão para o gasto e também não prejudicam o andamento do filme. O final de "Aterrorizada"  tem uma reviravolta um pouco inesperada, que surpreende.

Apesar das qualidades citadas, "The Ward" parece ter sido feito no piloto automático de Carpenter. Sua direção é preguiçosa, desde a direção de arte, até a trilha sonora que parece ter sido composta para um filme de Tim Burton (isso não foi um elogio). Carpenter também subestima a capacidade mental do espectador com flashbacks desnecessários e lembranças esfumaçantes. "Aterrorizada" é melhor que "Fantasmas de Marte", mas infelizmente é o segundo pior de sua bela carreira. No momento, Carpenter se dedica a produção de "The Hell Within", filme que será dirigido pelo talentoso brasileiro Dennison Ramalho. Agora é só esperar mais nove anos.

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